sábado, 31 de dezembro de 2016

A Arte da Mudança

Eu odeio me mudar, afinal, ter que se desligar de um lado, para ir para outro, e ali recriar os laços é difícil. O tenso mesmo é quando você se muda pra o mesmo lugar em situações completamente diferentes das de antes.
Mas 2016 veio mudando tanto e tantas coisas, tanto na esfera privada, quanto na esfera pública, passando como um trator em cima da previsibilidade, e destroçando qualquer tentativa de previsão feita antes.
Esse ano que se encerra é o verdadeiro ano da mudança, onde cada um de nós teve de aprender e se superar com tudo o que houve ao longo de 365 dias, onde fomos bombardeados pelas mais diversas informações, recados e notícias, quebrando nosso cotidiano de uma forma impensável, nos transformando em seres melhores, ou piores, ou seja aprendemos alguma coisa.
Mas, eis que chega o novo ano, o ano em que, esperemos, as coisas voltem aos trilhos de alguma forma. O cotidiano se renove novamente em algo novo, passada toda a transformação atribulada de 2016, com seus grandes eventos e tragédias. Que levantemos a cabeça para os fogos de um ano que grita na porta, pedindo passagem, e nos abramos para que isso ocorra da melhor forma possível.

Vá com Deus 2016, apesar de tudo, eu sentirei saudades, e seja bem-vindo 2017, e que seja o que Deus quiser.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A Melhor Abertura

Passadas as festividades Olímpicas, podemos analisar, que aos trancos e barrancos, medos, preocupações e maus-olhados, fizemos uma das melhores Olimpíadas da História!
Qual não foi o medo brasilo-carioca de homens-bomba, obras mal-feitas, zika, manifestações políticas desordenadas, e coisas similares? Mas, ao apito do primeiro jogo no futebol feminino, as coisas começaram a clarear.
Aos poucos, de pedaços em pedaços, chegamos muito animados ao fim da Olimpíadas e das Paralimpíadas também!
Com gritos de alegria e protestos, vimos o Brasil ficar em sua melhor posição na história dos Jogos, tanto olímpicos, quanto paralímpicos.
Felipe Wu, Ágatha e Bárbara, as Seleções de Volei, Rafaela Silva, Isaquias Queiroz, Thiago Braz, Diego Hypólito, Mayra Aguiar, Poliana Okimoto, a Seleção Masculina de Futebol, e a Feminina também, Yane Marques, Terezinha Guilhermina, Daniel Dias, Fabiana Murer, Marcus D'Almeida, a Seleção de Golbol, Alan Fonteles, Jade Barbosa, as Seleções de Vôlei Sentado, a Seleção Feminina de Handbol, e todos os atletas brasileiros que fizeram e marcaram as Olimpíadas e Paralimíadas Cariocas com ou sem medalha, mas marcados nas nossas memórias, eu devo um muito obrigado e uma saraivada de aplausos para vocês.

Aros Olímpicos no Maracanã/Arquivo Pessoal

Ouso dizer que os gringos ficaram marcados pela simpatia carioca de um jeito não imaginado antes. Os dias no Boulevard e as alegrias nos estádios comprovaram que o carioca sabe fazer uma boa comemoração, uma boa festa, mas sem esquecer do que acontecia ao redor.
Com shows e apresentações que gritaram a cultura carioca, sempre variada, para o mundo, o Boulevard foi o destaque das festividades extra-estádios, com grande circulação de pessoas por toda a olimpíada, várias fotos, atividades, danças, e reportagens de toda a imprensa mundial.
E com uma belíssima abertura e encerramento, tanto olímpica, quanto paralímpica, mostramos vários tesouros da arte nacional, nossa história, nossos costumes, um Rio de Janeiro ciente do que enfrenta, mas ao mesmo tempo feliz de ser quem é.
Entre agosto e setembro passados, o Mundo só olhou pra nós, e soubemos corresponder da melhor forma.

sexta-feira, 8 de julho de 2016

Cada Dia um 7x1 diferente

Era uma terça-feira nada comum. A Seleção Brasileira de Futebol Masculino jogaria naquele dia às cinco da tarde.
Muitos passados eram exaltados em formas de estatísticas para dar boas vibrações aos brasis, filhos dessa terra.
Mas, em sete balançares de redes, que doeram como sete facadas, a mui poderosa Alemanha goleou a seleção canarinho, que fez um gol de misericórdia.

Foi triste, mas com essa derrota, aprendemos que não somos mais o temido país do futebol, e que há sim gente que se importa com o seu povo, nem que seja no quesito alegria. O Guerreiro dos Cabelos Cacheados, David Luiz, provou que quer dar alegrias ao Brasil no campo do esporte, mas não seria aquela vez que aconteceria.

O caso é que dois anos após o 7x1 aprendemos a transformar esse momento tenso do esporte numa alegria, num meme, e mais ainda, numa lição nos campos. Dali até hoje pudemos ver que o Brasil passou por várias dessas derrotas, e que sejam do jeito que forem, aprendemos a passar sorrindo, fazendo graça para não lamentar. Da votação cômica e assustadora da Câmara no Processo de Impeachment da Presidente Dilma, até os pânicos que passam os moradores das grandes cidades nas olimpíadas: Fazemos comédia e graça, Graças a Deus.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

Precisamos Falar Sobre A Cultura do Estupro

A Cultura do Estupro é assustadora e real. Não adianta negar, ela persiste no país, e desde ontem nos deparamos com mais um dentre milhares de casos chocantes e revoltantes desse tipo horrendo de crime, que acontece em média há cada 11 minutos por aqui.
O caso é o da jovem que foi estuprada por 30 homens, e tudo isso foi exposto pelos próprios nas redes sociais, o que nos fez mais uma vez ver e pensar na situação da mulher

Chocante, revoltante, crítico e nojento. Podemos definir nisso e muito mais, ir além. O Estupro é o ápice de um caso onde assédio é visto como normal, onde a passada de mão vale como cantada, onde não se educa para respeitar o próximo, principalmente as mulheres, e também se educa para maldizer, escarnecer, rejeitar a vítima, tentar fazê-la se ver como culpada, o que acaba por ser traumatizante, não há como negar: Síndrome do Pânico, depressão, ansiedade, fobia social.

Temos que tirar da cabeça que a mulher pede por ser mulher, que o estupro seria uma salvação, que só porque ela tem uma relação ela não poderia ser estuprada, que a piada com estupro é normal, que a cantada agressiva e desnecessária vai fazer qualquer mulher cair aos pés de um homem, e por aí vai. A vida, as danças, as músicas, as roupas, com quem ela sai ou deixa de sair, nada é culpa para nenhuma mulher sofrer por causa de estupro, e nem isso é o caso que vai impedir o criminoso de fazer o ato, como desde o ano passado várias notícias e relatos vem ganhando destaque por tratar disso. Exemplos de mulheres dopadas, forçadas, agredidas e até mortas não faltam nem hoje em dia, nem na história do mundo. Como já disse, independente de vestes, idade, estado civil.

O estupro sempre é crime e violência, não é: diversão, recompensa, direito, sexo, necessidade, merecimento, ou prazer. E a mudança dessa mentalidade só vai chegar com a mudança da Educação, de alguns valores, e do fim da ideia de que a mulher é propriedade de alguém. Temos que acabar com a Cultura do Estupro, o mais depressa possível.